O rei Charles III escolheu a Abadia de Westminster como local de seu discurso de Natal na quinta-feira, refletindo a ideia de peregrinação que deverá ser um tema central da mensagem anual ao Reino Unido e à Commonwealth.
O marco histórico do centro de Londres, conhecido pelas suntuosas coroações e casamentos reais que acolhe há mais de mil anos, é também o foco de uma peregrinação anual ao túmulo de Eduardo, o Confessor, que se encontra no coração da igreja. Eduardo, um monarca com hábitos monásticos, foi canonizado em 1161.
A mensagem anual de Natal do monarca é assistida por milhões de pessoas no Reino Unido e em toda a Commonwealth, uma associação voluntária de 56 nações independentes, a maioria das quais com laços históricos com a Grã-Bretanha. O discurso pré-gravado é transmitido às 15h (15h GMT), horário em que muitas famílias desfrutam do tradicional almoço de Natal.
O discurso é uma das raras ocasiões em que Charles, de 77 anos, pode expressar suas próprias opiniões sem buscar orientação do governo. Geralmente, o discurso tem uma forte base religiosa, reflete questões atuais e, às vezes, se baseia em experiências pessoais do monarca.
O discurso deste ano acontece apenas duas semanas depois de Charles ter feito uma aparição televisiva profundamente pessoal, na qual disse que as “boas notícias” de seus médicos significavam que ele poderia reduzir seu tratamento contra o câncer no ano novo.
O rei foi diagnosticado com um tipo de câncer ainda não divulgado no início de 2024. O Palácio de Buckingham informou que seu tratamento está agora entrando em uma “fase de precaução” e que sua condição será monitorada para garantir sua recuperação contínua.
Charles gravou o discurso do ano passado na Capela Fitzrovia, que antes fazia parte do agora demolido Hospital Middlesex. Durante aquele discurso, ele homenageou os profissionais de saúde de todo o país e agradeceu especialmente aos médicos e enfermeiros que o apoiaram após o diagnóstico de câncer.
O discurso de Natal deste ano será o quarto desde que Charles ascendeu ao trono após a morte de sua mãe, a Rainha Elizabeth II, em setembro de 2022.